Resenha – Penelope, Marilyn Kaye

POR RACHEL LIMA

Penelope Wilhern tem um nariz de porco. Qualquer um que olhasse para ela sairia assustado, com medo da aberração e, sabendo disto, sua mãe tomou uma medida drástica quando ela era um bebê: figurou sua morte.

Desde então a garota é mantida em casa sem poder sair. Aulas, recreação, tudo é suprido em sua enorme mansão digna de castelo-de-conto-de-fadas, uma vez que nossa personagem principal é de uma família muito rica, mas ela ainda não pode ser feliz – por causa da maldição do nariz de porco.

A origem deste fardo veio de seu tataravô que ao desagradar uma velha bruxa lhe rendeu uma profecia nem um pouco agradável: a próxima garota da família teria nariz de porco. Com o tempo e as gerações, a família inteira desacreditou nesta antiga história – afinal, os descendentes de Ralph Wilhern (tataravô de Penelope) eram todos homens e a única filha não era lá “descendente”.

E assim foi um choque para a família quando Penelope nasceu. Porque lá estava a evidência que gerações juravam que nunca existiria. Para piorar, rumores de que havia um bebê com cara de porco se espalhou pela cidade e o assédio dos fotógrafos fez com que Jessica (mãe de Penelope) ficasse tão assustada a ponto de bater em um deles com uma colher de sopa. O repórter caolho não deixaria de acreditar na história tão cedo.

E por causa de sua condição, ela tem de ‘entrevistar ’ solteirões de sangue azul, uma vez que a maldição de bruxa só seria quebrada se a Penelope fosse amada por alguém de sua própria classe.

“Sempre que ela encontrava a pequena Penelope olhando embasbacada para o próprio reflexo, dava início a seu discursozinho. Aquilo se transformou em um mantra:
- O seu rosto não é o seu rosto.”

Penelope encontra uma pessoa diferente, que logo pula fora da lista e depois toma a medida que sempre esperou tomar a vida inteira: vai conhecer o mundo lá fora, sozinha.

Um conto de fadas moderno, basicamente. A história é encantadora, a narração é rápida e os capítulos se alternam entre narração em primeira pessoa – quando Penelope descreve o que acontece com ela – e terceira pessoa, quando a protagonista não está presente.

Percebemos a lição de que qualquer que seja a circunstância, devemos amar a nós mesmos independente do fator que talvez não nos agrade. Seja nosso rosto, seja nosso nariz, nossa cor, nosso tamanho e nossas qualidades: tudo faz parte de um conjunto que nos forma. E se não nos amamos, como poderíamos pedir para que alguém o faça?

A capa é super linda também. Eu assisti ao filme logo depois de ter lido o livro e eu gostei – apesar de alguns pontos terem ficado um tanto ”fracos”, o filme foi bom e fiel.

TÍTULO ORIGINAL: Penelope
AUTORA: Marilyn Kaye
EDITORA: Galera Record

PS: Não deixe de ver o trailer do filme aqui.

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