"Lá vamos nós" por Leca Lichacovski



Esse texto não é meu, é da Leca, que escreve no blog Entre Todas as Coisas e é incrivelmente lindo.


Tá vendo a minha mão aqui, aberta? É um convite para você segurá-la e me levar junto com você. Para onde e para o que for. Já treinei minhas emoções e elas estão mais fortes agora. Se eu precisar, serei sua rocha. Se você quiser, serei seu abrigo e seu conforto. E nem precisa pedir. Me transformo no que for porque já conheço os seus olhos.
Respira fundo agora. Sente o coração desacelerar conforme sua inspiração e repara que a dose de adrenalina começa a amansar nas veias. O frio tá na minha barriga também, mas é só mais um salto pra gente chegar do outro lado e deixar isso tudo pra trás. A gente consegue, eu sei.
Falta pouco, amor. Pouquinho. E eu sei que é sempre no final que vem a pior parte. Aprendi isso nos videogames muito antes de passar por essas fases na vida real. Mas, sabe o que eu aprendi? Quando a gente ganha, dizemos: Não foi tão difícil quanto eu imaginei.
Segura firme a minha mão, amor, e não solta. Por mim e por você. Lá vamos nós. Pode ficar com medo, eu também fico… mas vamos em frente mesmo assim. Combinado? Eu vou se você for. Não tenho super poderes. Mas, somando os meus aos seus, fica melhor do que muita gente tem por aí. E a gente se engrandece perante os demônios espalhados nesse mundo querendo botar a gente pra correr.
Vamos virar esse jogo. Olhar pra trás e brindar com aquele seu Malbec favorito. Fazer “Tim tim” e beber ao ver as sombras de ontem dando espaço a uma nova luz, que pareceu levar uma eternidade para chegar.
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Resenha - Nós, os Deuses, Bernard Werber

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Nós, os Deuses por Bernard Werber
Nós, Os DeusesEm algum lugar muito, muito distante, no planalto de uma ilha conhecida pelo nome de Aeden, localiza-se a cidade de Olímpia. Ali funciona a Escola dos Deuses, uma inusitada instituição sob o comando dos doze deuses da mitologia grega, responsáveis por ensinar aos seus aprendizes uma arte que requer talento, criatividade, inteligência, sutileza e intuição: a arte de ser deus.
Após evoluírem em suas vidas como mortais e desempenharem satisfatoriamente a função de anjo da guarda, os 144 alunos-deuses receberam a missão de gerenciar multidões humanas. Para isso, cada um deles é encarregado de cuidar de uma população, ajudá-la a desenvolver instintos de sobrevivência, criar cidades, guerrear, inventar religiões.
Entre os escolhidos para essa nova turma de estudantes divinos estão figuras anônimas, como o protagonista Michael Pinson e seus amigos Edmond Wells e Raul Razorback, e personalidades ilustres, como Marilyn Monroe, Édith Piaf, Gustave Eiffel, Joseph Proudhon, Sarah Bernhardt, e muitos outros.
Mas eles logo descobrem que não à toa a profissão de deus é considerada a mais difícil das atividades. Todos precisam lidar com a influência de seus mestres – entre eles Afrodite, a deusa do Amor, que desperta em Michael uma paixão arrebatadora – e com a presença de um deicida desconhecido, que resolve eliminar um a um os próprios colegas.
Além disso, os segredos da Ilha de Aeden despertam muita curiosidade, e os alunos-deuses estão dispostos a arriscar o que for preciso para descobrir, principalmente, o que é a brilhante luz no alto da montanha e que parece vigiá-los. O que será que aquilo significa? Certamente nem todos sobreviverão para desvendar esse mistério.

Já imaginou ter os deuses da mitologia grega como professores? Na Ilha de Aeden isso é possível, é lá que está situada a Escola dos Deuses. Na ilha 144 alunos-deuses irão aprender a arte de ser um deus. 




Michael Pinson, o protagonista, após evoluir de sua vida morta, passou a ser um anjo, como anjo ele foi responsável por cuidar de 3 mortais, porém, sua situação de 'anjo da guarda' chega ao fim e está na hora de Michael evoluir novamente, agora ele é um aluno-deus e precisa aprender a se tornar um deus. 

Para isso, ele e mais 143 alunos-deuses (entre eles figuras anônimas, como o próprio Michael e personalidades conhecidas no mundo todo, como Marilyn Monroe, Édith Piaf, Antoine de Saint-Exupéry, entre outros...) se tornaram responsáveis por gerenciar 144 multidões humanas, cada aluno se tornará responsável por um grupo e como 'deus' deve cuidar para que suas civilizações progridam e cresçam de forma a se tornarem fortes e garantir sua sobrevivência.


Além da preocupação com suas civilizações, os alunos-deuses enfrentaram também o medo que vem assolando todos na ilha. Alguém vêm assassinando alunos-deuses sem um motivo aparente. Atena jura que quando encontrar o deicida ele irá sofrer a pior das punições, porém, ninguém sabe, ou desconfia quem seja ele.

Junto com seus amigos, Michael irá também tentar explorar os mistérios da ilha. Afinal, que luz é aquela que brilha no topo da montanha, da qual ninguém sabe explicar? Enfrentando monstros e mistérios, Michael e seus 'teonautas' (nome que ele e seus amigos adotaram para o grupo) farão de tudo para descobrir.


"Nós, os Deuses" é uma aventura fantástica repleta de segredos, porém, mais do que isso o livro é um poço de conhecimento mitológico e histórico. Cheio de reflexões, a narrativa é um pouco diferente do que estamos acostumados e a leitura em si é bem densa. Me arrisco a dizer que esse não é um livro que vá agradar a todos, é um desses casos em que se você se distrair por um momento se quer, acaba perdendo o 'fio da meada'. Como dito, é uma leitura mais densa e complexa, porém, super recomendada.


“O que mais assusta o Homem é o Desconhecido. Assim que o Desconhecido, mesmo que adverso, é identificado, o Homem se sente mais seguro. Mas “não saber” dispara seu processo de imaginação. Em cada um surge seu demônio interior, o “pior de si”. Acreditando enfrentar as trevas, ele enfrenta monstros fantasmagóricos do seu inconsciente . No entanto, é no momento mesmo em que o ser humano encontra o fenômeno novo não identificado que seu espírito funciona melhor, em seu mais alto nível. Ele mantém o foco. Mantém-se desperto. Com todas as suas faculdades sensoriais, ele procura compreender para represar o medo. Descobre, em si, talentos insuspeitos. O desconhecido o fascina e excita ao mesmo tempo. Ele o teme e, simultaneamente, o deseja, na expectativa de o cérebro conseguir encontrar soluções para se adaptar. Enquanto inominada, qualquer coisa dispõe de grande poder de desafio para a humanidade. Edmond Wells, Enciclopédia dos saberes relativo e absoluto, tomo V.” Página 20

Título Original: Nous, les Dieux
Autora: Bernard Werber
Páginas: 434

Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528615784
Ano: 2014 


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