Fotografando sobre falar

Oi, gente.

Eu sou a Gabriela Colicigno, mas podem me chamar de Gah, Bih, Bibih, Gabi, eu respondo... Enfim, sou a nova colunista do blog e vou falar de fotografia. Nesta primeira edição, começo com um tema um pouco polêmico. Ter câmera significa ser fotógrafo? Hm, quero saber o que vocês pensam! Depois, pretendo abordar um pouco da história da fotografia. Espero que gostem!

A moda agora é ter máquinas semi-profissionais. Nada contra, eu tenho uma, inclusive. Minha linda e amada Canon 1000D (ou agora chamada de T3), que ganhei de aniversário de 18 anos da minha mãe e do meu padrasto.

A difusão da fotografia, ou de qualquer meio de criação de arte, é sempre bem-vinda. O problema que eu vejo nesse processo é o da desvalorização do fotógrafo profissional.

Meu gosto por fotografia veio meio tardio. Com uns 14 anos, acho. A mãe de uma amiga do meu irmão se tornou a melhor amiga da minha mãe e, por acaso, ela é fotógrafa. Trabalha com isso desde adolescente, já tem mais de 100 capas de revista (ou até mais, nem me lembro), fez álbuns de figurinhas, tem sua produtora de vídeo, já trabalhou para diversas editoras... Enfim, é a profissional de verdade. Todo o seu dinheiro, ela investe em equipamento.

Foi ela, posso dizer, que me fez gostar mais da fotografia. Me ensinando uma coisa aqui, uma coisa ali, me levando para ajudar nos trabalhos... Bom, o fato é que eu gostei do negócio. E, fazendo faculdade de jornalismo, e tendo aulas de fotojornalismo, nada mais justo do que comprar uma câmera. A questão é: eu comprei e aprendi a mexer nela. Fucei em tudo, li o manual no computador (porque ela veio com manual em italiano, francês, holandês e outra língua aí bem complicada) e saí tirando foto de tudo. Do cachorro, do gato, da flor, de mim, dos outros, do meu primo (acho que 75% das fotos que eu tirei com a câmera são dele)... De tudo mesmo. E mexia na regulagem da luz, na velocidade, no foco. Aprendi a dominar parte da câmera. Ainda tem muita coisa que não sei fazer, mas eu tento aprender.

Voltando ao problema inicial: se todos podem ter uma câmera ‘que troca a lente’ e sair tirando fotos, como fica o fotógrafo?

A citada amiga da minha mãe já ouviu de clientes o seguinte: “Minha câmera tem mais megapixels que a sua”, ou “Mas você vai usar essa câmera? A minha sobrinha tem uma igual!”. Ou seja, para que te pagar para tirar fotos se eu tenho uma câmera?

A diferença que eu vejo é: Você é fotógrafo? Você estudou muito? Procurou, fuçou, se ferrou, tirou fotos horríveis, tirou fotos perfeitas...? Não é só por ter acertado uma foto, das cinqüenta que você tirou da flor, que você é fotógrafo.

Um fotógrafo de verdade tem aquela coisa do olhar. Que parece captar aqueles momentos mágicos. É um dom. Olhando as fotos feitas pela minha tia-postiça-fotógrafa do casamento da minha mãe ou do aniversário do meu primo, da minha formatura, de qualquer coisa, é notável a diferença delas para uma foto de um amador (eu, por exemplo).

A falta de valorização do trabalho dela, e de inúmeros outros profissionais, é tão injusta. Eles estudaram, eles investiram e trabalharam. O seu ‘sobrinho/primo/irmão/parente’ que sabe mexer com photoshop e tem uma câmera legal... Ele pode se tornar um fotógrafo, um dia, quem sabe. Mas, enquanto isso, que tal parar de ‘se achar’ o sabe-tudo e meter a cara nos estudos?

Não significa que você não deve comprar uma câmera e sair tirando fotos. Eu aprovo isso, de verdade. Mas, veja só, não se diga um fotógrafo só por conta disso. Você não é médico por ter um medidor de pressão ou um estetoscópio. Nem arquiteto por ter desenhado uma planta. Ou seja, você não é fotógrafo por ter uma câmera. Ponto final.

7 comentários:

Fê Falleiro disse...

Super concordo com vc. Isso é muito irritante meeeesmo. Eu adoro tirar fotos mas sou muito leiga e sem pretensão nenhuma.
Adorei o post
bjoss

Nina é uma disse...

Eu acho a fotografia uma coisa muito linda, sério. Queria aprender a fotografar u.u

Seja bem-vinda ao blog ^^

http://nina-renegade.blogspot.com.br/

Débora Braga disse...

Garota, Arrebentou no texto hein. Super concordo com o que você disse, e adorei a parte na qual você diz : "(...) Você não é médico por ter um medidor de pressão ou um estetoscópio. Nem arquiteto por ter desenhado uma planta. Ou seja, você não é fotógrafo por ter uma câmera. Ponto final." Ficou muito bom, escreve super bem e, com certeza vai arrebentar no blog. E ai, quando vem o próximo post ?

Beijos

Caue1507 disse...

mto lgl msmo o seu jeito de escrever, eh uma pena que além da fotografia, muitas outras profissões não são muito desvalorizadas tbm, como ilustração =[ aguardo mais posts! ^^

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hangover at 16

Kézia Lôbo disse...

é isso aí, fotograr é tipo uma magia, é olhar mesmo, aquela coisa que nós jamais conseguiremos captar.... amei

Chel Lima disse...

Muito bom e super concordo! Adorei seu texto. Eu mesmo tenho uma câmera semi profissional e sou o mais próximo de desastre notável neste planeta. Há uma desvalorização gigantesca para fotógrafos em certas regiões e a diferença entre um fotógrafo e uma pessoa que tem só uma câmera às vezes é gigantesca. É a questão do olhar, como você disse. Adorei!
Beijos!


Rachel Lima
http://corujando.org

Luks Vieira disse...

Infelizmente a maioria das áreas passam por esta falta de valorização, principalmente nas áreas artísticas e culturais...
Att.,
Luks

 
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